Aug 13 2008
Os Sistemas Operativos Integrados
A semana passada falei-vos dos netbooks e da possível revolução que eles representam ao chamar a atenção para a importância do sistema operativo que vos permite “trabalhar” com o computador.

Afinal, para que precisamos nós de um Sistema Operativo? Porque motivo nos pedem para que se pague muitas centenas de euros por uma coisa que… “não faz nada”? (Especialmente quando consideramos que temos alternativas gratuitas?)
Lembro-me perfeitamente de inúmeros casos, onde após o longo processo de instalação do Windows (ainda na altura do Windows 95) as pessoas me perguntavam: “E agora? Como é que escrevo uma carta? Como é que faço aquelas folhas cheias de números?” Ao que eu dizia: “Naaah, espere… agora é preciso instalar mais esses programas.”
É certo que não é função do sistema operativo providenciar tudo isso - é certo - (embora a Microsoft o tenha tentado quando integrou o seu Internet Explorer no Windows, com resultados que não foram lá muito bem conseguidos), mas isso apenas serve para colocar em causa a actual tendência dos sistemas operativos.
Levado ao extremo, pedem-nos que paguemos por um bocado de software que efectivamente “não faz nada,” a não ser permitir correr outros programas.
Com os netbooks, vemos que afinal talvez - na maior parte dos casos - não seja necessário um sistema operativo que custa centenas de euros e ocupar Gigabytes de epaço em disco…
E começam a surgir até computadores que oferecem um mini sistema operativo integrado na motherboard que permite realizar a maioria das operações, sem que seja necessário ter um sistema operativo “tradicional” instalado: navegar na internet, falar num programa de chat, ouvir música, ver fotos, etc.
Tal como nunca nenhum de vocês se preocupou em instalar um sistema operativo no telemóvel (é só ligar e usar), porque razão não poderão/deverão os computadores poder ser usados de forma semelhante?
Curiosamente, no início era mesmo isso que acontecia - de forma muito mais “BÁSICA”, com a maioria dos computadores de outros tempos a ter um interpretador de BASIC na BIOS, permitindo que se ligasse o computador e se escrevessem programas -; algo que mais tarde foi dispensado à medida que os PCs evoluíram. Mas eis que chegamos a um ponto em que parecemos destinados a regressar a esse mesmo velho conceito de ter um sistema operativo integrado no computador. Um S.O. que poderá não dispensar o uso de um S.O. mais completo e potente instalado num disco rígido (ou disco Flash), mas que para a maioria das funções será mais que suficiente.
Actualmente, há várias empresas a trabalhar nisto - como a Splashtop -, mas de forma proprietária e “fechada” - mas de futuro, espera-se que isto se torne um standard e que todos nós possamos escolher um sistema operativo integrado que possamos instalar num chip especial existente nos computadores para arranque instantâneo.
No entanto, a longo prazo e com o desenvolvimento de memórias não voláteis, tudo isto se poderá tornar redundante - com a possibilidade de desligarmos os equipamentos e voltar a ligá-los estando eles prontos a funcionar sem necessidade do processo de “arranque.”
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Carlos Martins escreve no PL todas as quartas um artigo sobre OpenHardware. Podem encontrar mais artigos como este no seu blog pessoal Aberto até de Madrugada. |