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Aug 06 2008

Os Netbooks

Publicado por Carlos Martins em OpenHardware
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Se passaram recentemente por alguma loja da especialidade, provavelmente já pararam por alguns momentos em frente desta nova geração de mini-portáteis de baixo custo, conhecidos também como “netbooks.”

É difícil não ser atraído pelo seu tamanho reduzido e preço apelativo, ao mesmo tempo que prometem facilidade de utilização, autonomia e potência suficiente para satisfazer as actividades mais comuns.

Porque, realisticamente… a grande maioria dos utilizadores não necessita de um CPU tão potente como os que encontramos nos computadores topo-de-gama. Muito menos quando se associa um CPU razoável a um sistema operativo eficiente como as versões de Linux que muitos destes Netbooks trazem de origem.

Mas comecemos pelo início: tudo começou com o Eee PC da Asus.

Inicialmente anunciado como sendo um mini-portátil de baixo custo ($199), depressa foi inflacionado para os $299. Mas finalmente, depois de sucessivos atrasos, lá chegou ao mercado e… foi um enorme sucesso.

Foi a prova necessária de que muita gente não se importaria de ter um “netbook” como segundo ou terceiro computador. Pequeno o suficiente para andar na mochila ou saco sem pesar e mais que suficiente para escrever pequenos artigos, editar textos, verificar email, navegar pela internet, etc.

Como sempre, esse primeiro modelo do Eee PC - apesar de ter sido lançado com um sistema operativo fácil de utilizar (baseado em Linux, obviamente) - revelou também algumas limitações próprias de um produto que desbravava um novo território até aí inexplorado.

E embora a Asus depressa se tenha apercebido disso e iniciado a produção de novos modelos (algo que mais recentemente parece ter disparado e ficado fora de controlo: com a apresentação de mais de 20 modelos diferentes de Eee PCs!), era já tarde demais - todos os outros fabricantes avançavam a todo o vapor, oferecendo os seus próprios “Eee PCs”, muitos deles bem mais atractivos que os modelos da Asus, quer a nível de preços quer em características técnicas. E o resultado está à vista: escolher um netbook é agora uma autêntica dor-de-cabeça.

Temos os Eee PC da Asus, o Wind da MSI (que em Portugal se transformou em Tsunami Moover,) o Aspire One da Acer, e muitos outros de outras marcas - com novos modelos a surgirem quase diariamente.

No entanto, estes Netbooks podem muito bem ser apenas a “ponta do iceberg” num outro aspecto. Um dos efeitos secundários destes netbooks é mostrar às pessoas que podem navegar na internet e fazer grande parte dos trabalhos diários sem estarem dependentes de um sistema operativo pago a peso de ouro - já para não falar nos restantes programas que são considerados “indispensáveis” e que adicionam mais umas largas centenas de euros em cima do custo total do equipamento.

Já não é a primeira vez que colegas me perguntam: mas que sistema operativo é este que vem nestes mini-portáteis? E ao falar-lhes do Linux, me perguntam de seguida: e dá para pôr isto no meu PC principal?

É, na minha opinião, uma tendência saudável… e que faz abrir os olhos a pessoas para quem PC era sinónimo de “Windows.”

A VIA vai ainda mais longe com o seu conceito de Openbook, em que o próprio hardware e design é disponibilizando gratuitamente a quem quiser, para que facilmente possam implementar o seus modelos de netbooks, poupando o tempo e dinheiro normalmente gastos na sua concepção.

E para quem ainda duvidar que isto vai revolucionar a forma como lidamos com os computadores e a internet, vejam o recém anunciado “Magalhães”: o netbook português que irá possibilitar o acesso à internet a muitos milhares de crianças.

Independentemente de ter sido ou não a melhor escolha (isso é tópico para outras conversas) é mais um passo dado no sentido de permitir o acesso aos computadores desde cedo.

Não sei se já está definido qual o sistema operativo que irá ser disponibilizado nestes mini-portáteis, mas penso que será uma versão do Caixa Mágica - que me parece ser uma excelente opção para dinamizar ainda mais esta excelente versão de Linux nacional.

cmartins Os Netbooks Carlos Martins escreve no PL todas as quartas um artigo sobre OpenHardware. Podem encontrar mais artigos como este no seu blog pessoal Aberto até de Madrugada.
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23 respostas para “Os Netbooks”

  1. João Matos | 06 Aug 2008 - 8:25 |

    e agora toda a gente quer um… eu quero!!!

  2. ricardo nunes | 06 Aug 2008 - 11:33 |

    boas a todos, só existe é um problema com o tsunami, é que tens obrigatoriamente de pagar o imposto m$, é que eles nem o vendem sem OS, nem com GNU/Linux.

    cumps,

    rjnunes

  3. Tsunami, sem GNU/Linux « O Vigia | 06 Aug 2008 - 11:55 |

    [...] não é que no seu Tsunami Moover, um notebook que apenas é uma versão do Msi Wind, só vai correr m$-xp? Pois é a tal empresa que [...]

  4. Nelson de Souza | 06 Aug 2008 - 17:27 |

    Belo Artigo assino em baixo

  5. WiseMax | 15 Aug 2008 - 22:56 |

    Por acaso já encomendei um Tsunami Moover T10 (vai levar 2 GB).

    E nem sequer consideraria usar outro SO nele que não fosse o Windows - tenho até uma cópia do XP Professional (só uso SO em inglês) que tinha comprado para um PC que acabou por levar o Vista e vou pôr essa que anda para aí desempregada. O XP Pro é mais porreiro em termos de coisas importantes como redes (permite pôr o PC em dominios e outras coisas), backup e para “encriptar” a pasta dos os meus documentos e as pastas nela contidas sem ter que usar outras soluções sempre problemáticas (embora o TrueCrypt seja uma opção também muito válida).

    80 GB em disco SATA é uma proposta muito difícil de recusar (sou um autêntico rato dos GB, sempre a guardar e instalar coisas - o meu iPhone de 16 Gb já só tem 3 livres…). Além disso, uso o O&O DiskImage para fazer o backup completo do disco, pelo que não receio azares. E espero pôr a bateria de 6 células do MSI Wind neste PC.

    As finalidades serão (por ordem de importância), com menos de um quilo e dimensões razoáveis poder:
    - Aceder à Internet (mail, consultas, etc.)
    - Aceder à rede do trabalho por VPN ou outros meios (não identifico, mas há vários)
    - Escrever os meus livros
    - Jogar jogos de estratégia (um pouco antigotes, por isso passam bem…)

    Como é que eu sei que o T10 vai fazer isso tudo?… Porque um notebook antigo com um processador a 1.6 GHz e o chipset gráfico 945 pode!… Logo este há-de poder também… ocupando metade do espaço, a bateria durando o dobro e pesando metade do outro!

    Acho que quem quer um PC para fazer o mesmo que um desktop super-artilhado faz não percebe nada do assunto e também por norma o que faz não chega a desafiar as capacidades do notebook, quanto faria do desktop - mas acho que quem pensa que um trambolho com écrã de 15,4″ e uma gráfica manhosa e quase 3 quilos de peso é preciso para escrever umas tretas e ir à Internet… bem, nem vou dizer mais nada.

    Os “eepc” chegam bem para 80% das necessidades correntes do comum das pessoas - é a lei de Paretto!

  6. WiseMax | 15 Aug 2008 - 23:06 |

    Por acaso, esqueci-me de acrescentar uma coisa interessante sobre os acessos à Internet: é que, por não haver wireless à borliú em muitos sítios (em quase nenhum, na verdade), eu não posso usar o PDA ou o telefone para ir à Internet - o que eles levam pelo 3G pelo telefone é um roubo monumental, uma coisa nojenta.
    Resta-me a plaquinha do 3G… que sendo um acesso caro, caríssimo, ao menos dá para 5 ou 6 GB…
    O NetPC faz falta então para usar a plaquinha… porque o telemóvel/PDA não pode!

    É só por isso que tenho que usar um PC - eu até me desenrascava com um smartphone qualquer, se não fosse o roubo do 3G que as empresas (Vodafone, Optimus e TMN) fazem nos acessos de 3G usando o telefone, que, tecnicamente, é idêntico às famosas plaquinhas Huawei e similares!!!

    Que brutal e monumental vigarice!

  7. Carlos Martins | 16 Aug 2008 - 9:33 |

    Com a explosão destes netbooks espero bem que as pessoas comecem a reparar mais nisso: é necessário que as companhias ofereçam um acesso integrado à internet - para todos os usos.

    Não faz sentido estar a pagar net fixa em casa, mais net movel no telemovel/smartphone, mais net movel num portatil, mais sei lá o quê.

    Mas voltando a coisas mais alegres, depois avisa quando chegar o “Wind”. :)

  8. Rolando almeida | 05 Nov 2008 - 13:10 |

    Olá,
    Por acaso comprei um asus 901 eee e comprei com windows. Não me importo de pagar a licença do windows, uma vez que acho que os criadores de software não vivem do ar, pelo que não entendo a euforia do gratuito e do free. Creio que não nos levará longe. Além do mais fui utilizador do Ubuntu e não gostei do sistema operativo. É de longe inferior ao windows e é natural que seja mais seguro já que é menos usado, logo não tão atacado.
    Õbrigado e abraço

  9. Carlos Martins | 05 Nov 2008 - 13:52 |

    Uma coisa é tomar essa decisão consciente do que se está a comprar, outra coisa é fazê-la sem conhecer sequer as alternativas.

    A “euforia” do software livre e gratuito não vive do ar - vive do pressuposto da liberdade de utilização.

    Veja-se o caso das inúmeras companhias (de grande dimensão) que prosperam à custa desse tipo de software, apostando no suporte - esse sim pago, para não quiser andar a perder tempo em foruns e a aprender as coisas.

    Aliás, gostaria de saber se - tendo optado pelo Windows XP, e assumindo que utiliza software estilo “office” - pagou igualmente de bom agrado os 586 Euros pedidos pelo Microsoft Office 2007 Pro, ou se terá optado pelo gratuito Open Office?
    (ou em alternativa, como a maioria dos utilizadores faz, usar uma cópia pirata do Office - mas nesse caso, pior que deixar os criadores viver “do ar”, é roubá-los.)

    Dizer que este ou aquele SO é “inferior”, e que “não se gosta”, é uma questão pessoal…
    Tudo o que se faz no Windows pode igualmente ser feito nos restantes sistemas operativos - neste caso o Ubuntu.
    É certo que, para quem está habituado a anos de uso de Windows, é necessário um período de transição… e que até causa alguma frustração - o que é compreensível.
    Mas daí a chamá-lo inferior…
    Ainda recentemente instalei um Ubuntu num PC relativamente antigo (Athlon XP 2Ghz) - Quanto instalei o XP, perdi tempos intermináveis a tentar descobrir drivers para a motherboard, placa de som, placa de rede, etc. - Com o Ubuntu, tudo foi reconhecido imediatamente e ficou pronto a utilizar.

    Depois, só pela parte dos repositórios, que garantem a actualização automática de todo o software instalado - só por isso, acho que já vale pena.

    Para os programas mais utilizados, existem dezenas de alternativas, desde os programas para gravar em CD, ao Open Office, etc. E em último caso pode sempre usar-se o “Wine” para correr programas do Windows (ou criar uma máquina virtual para esse efeito.)

    Aos poucos (e embora não tenha nada contra o Windows XP - muito pelo contrário) cada vez mais vou percebendo que afinal fico igualmente bem servido com um sistema operativo completamente legal e que me permite fazer tudo o que faço habitualmente no meu computador com o Win XP. Mas que é mais eficiente, e bem mais seguro.
    Claro que não tenho o à vontade no Ubuntu que tenho graças às decadas de uso do Win XP… mas daí a eliminá-lo da equação apenas por ser diferente… vai um grande passo.

    O primeiro passo é experimentá-lo… a sério, sem ter ideias pre-concebidas.
    E então veremos o que dirão ao fim de uma ou duas semanas a usar o Ubuntu exclusivamente.

    (Após uns poucos dias de uso, sei que “estranhei” bastante voltar ao XP… :)

  10. João Matos | 05 Nov 2008 - 14:25 |

    @rolando
    achas que não vivem do ar? então compras todo o software que utilizas? se assim é, então podes dar-nos os nomes e valores, pfv?

    concordo contigo. não existe software gratuito. todo o software tem um custo, mesmo que não seja monetário.

    tens o direito de não gostar do ubuntu, mas não o de dizer que é inferior ou então podes sempre justificar-te e ainda ter algum crédito. em termos segurança se é o que te referes então não compreendes segurança. como é que um sistema que tem como unica protecção uma firewall por software ser mais seguro do que um sistema operativo cujas permissões não permitem a disseminação de virus e infestação na máquina?

  11. Rolando almeida | 05 Nov 2008 - 15:19 |

    Carlos e João,
    Não uso todo o software pago por uma razão especial: é que o gratuito está tão disseminado que o pago acaba por sair bastante caro e não tenho meios para o comprar. Vamos ver se me explico melhor. Talvez tenha explicado mal: uma das razões pela qual não gosto da filosofia free é que acredito que ela não combate o capitalismo das grandes indústrias. Vamos a um exemplo: se a google lançar um produto novo não vai cobrar dinheiro por ele. Oferecendo-o chega a mais gente porque quem o vai pagar é a publicidade que levamos nos olhos como areia. Agora imaginem que eu tenho uma pequena empresa com um produto semelhante ao do google e até mais sofisticado. Só que tenho de pagar aos meus criadores e engenheiros. Como a google oferece o produto deles, quem vai pagar o meu? Se por outro lado pagassemos todos os produtos que consumimos todos teriam mais lugar no mercado, não? A pergunta que me faz se comprei ou não o office é curiosa por uma razão especial: é que o carlos acha anormal que eu compre o meu software mas já não acha o mesmo em relação ao hardware. ora que raio, por que razão os defensores do software livre não defendem também o hardware livre?? Isso é supor que fazer software não dá trabalho, mas fazer hardware dá, o que, como sabemos, é falso.
    Finalmente. uso uma versão do word para estudantes que é paga, em ingles e que me custou pouco mais que um livro em inglaterra.
    abraço e obrigado pelas vossas respostas que estes assuntos são bem discutíveis, mais do que pensámos à primeira vista. como venho da filosofia, gosto de discutir antes mesmo de decidir sem pensar :)

  12. Carlos Martins | 05 Nov 2008 - 15:57 |

    @Rolando

    Vamos então por partes - que a “discutir” é que se fala… :)

    A filosofia free é muito mais abrangente que apenas o software - ou não contribuisse eu para aqui com artigo quase sempre dedicados ao “hardware” open-source. Portanto, não é coisa que se aplique exclusivamente ao software…
    (Aliás, o meu post de hoje é exactamente sobre um produto incialmente patenteado e que o criador decidiu alterar para open-source… :)

    O que referes quanto aos produtos gratuitos é algo um pouco diferente (nada obriga que um software/hardware aberto e livre seja gratuito: há o “open source”, e há o “free open source”.)
    Por essa ordem de ideias, nunca ninguém conseguiria implementar nada no mercado, porque já alguém que o faz e que terá condições para o fazer mais barato… Ora essa é lei do mercado em que vivemos (tirando algumas excepções.)

    As empresas estão interessadas em ganhar dinheiro - disso ninguém tem dúvidas - o que está em causa (e é o seu “segredo”) é como o conseguem fazer. Nas empresas que vendem produtos físicos, dificilmente vemos alguem a oferecer coisas de borla - mas nos serviços, a história é outra: por ex. o Google, que oferece serviços excelentes, usando em contrapartida a publicidade como forma de se financiar.

    Mas, se eu quero ganhar dinheiro a fazer um sistema operativo… não posso usar como desculpa que o “linux” me está a estragar a vida. (Se assim fosse, não teríamos WIndows, nem OS X.) Se quero ter sucesso, tenho que oferecer um produto que as pessoas queiram, a um preço que elas estejam dispostas a pagar.

    Tomando o Gmail como exemplo, apesar de inúmeros serviços de email pagos deixarem de ter existido, outros há que continuam a prosperar - oferecendo serviços/funcionalidade/garantias/etc. pelos quais os seus clientes continuam a achar que vale a pena pagar.

    Isso apenas serve para fazer com que - quem quiser lançar um serviço inovador - tenha que *inovar*.

    Eu não tenho nada contra o facto de se pagar por software, muito pelo contrário - uso diariamente software que custa uma “fortuna” e que vale cada cêntimo que custou. No entanto, existindo alternativas gratuitas que ofereçam funcionalidade semelhante… aí as coisas mudam de figura.
    Pegue-se no exemplo do Office… que utilizador “comum” pode justificar pagar 200 ou 300 euros (ou os tais 500 na sua versão completa e “sem descontos”) para poder escrever umas cartas, criar umas folhas de cálculo, e umas bases de dados - quando pode fazê-lo usando programas bastante semelhantes e gratuitos?

    Quanto ao facto de ser software “aberto” ou proprietário, o caso complica-se ainda mais… pois estamos a meter-nos noutros sarilhos…
    Por exemplo, até há bem pouco tempo tive necessidade de ir mantendo um PC a correr o Windows 95 - porque tinha um programa (bem caro, por sinal) que só funcionava naquele sistema operativo.
    Claro que existiam actualizações, mas essas actualizações custavam outra pequena fortuna, não adicionando nenhuma funcionalidade - a não ser a possibilidade de irem correndo nos sistemas operativos mais recentes, win 98, win 2000, win xp, etc.

    Eventualmente, o computador deixou de funcionar, e o tal programa “morreu” com ele…

    Caso se tratasse de software aberto, (mesmo sendo *pago*) teria muito mais probabilidade de continuar a poder usar o software pelo qual paguei, nem que tivesse que o recompilar para um novo sistema operativo.

    O mesmo acontece com os formatos que muita gente considera “standards”… mas que ao fim de uma dúzia de anos estão completamente obsoletos e quase inacessíveis… veja-se o caso das suites “office” da Lotus, e doutros que tais que eram populares nos anos 90 - e que agora são autênticas dores de cabeça para serem lidos.
    O mesmo pode suceder aos formatos .doc e .docx que actualmente todos parecem usar sem preocupação - daí a importância dos standards “abertos” e não proprietários que tenham uma garantia de poderem ser usados livremente daqui por 10, 20, ou 50 anos… numa altura em que um “sistema operativo” será certamente algo muito diferente do que se pode imaginar hoje em dia.

    Como disse, e mesmo não tendo nada de “mal” a dizer sobre o Windows XP, volto a dizer que actualmente, encontro cada vez menos motivos que justifiquem pagar o seu preço - considerando os diversos Linux disponíveis gratuitamente e igualmente práticos de usar.
    (e muito menos justificar os 200 ou 300 Euros de um MS Vista para uso doméstico.)

  13. João Matos | 05 Nov 2008 - 17:50 |

    acho que devias esclarecer o que entendes por “filosofia free”

    queres dizer grátis? o ser grátis não é algo exclusivo do software e sempre foi feito das tuperwares aos sistemas operativos…

    “uma das razões pela qual não gosto da filosofia free é que acredito que ela não combate o capitalismo das grandes indústrias.”

    isto significa que queres combate-los? qual é o problema? tens outras formas?

  14. Rolando Almeida | 05 Nov 2008 - 18:06 |

    Caro João,
    Não se trata de combater, trata-se de não ir na onda de que o free é que é cool pela simples razão que em termos comerciais é uma psicofoda do catano. Não é o El Dourado que muita gente pensa que é pois só engorda o que estão cada vez mais gordos e quem se lixa são os pequenos criadores que não tem margem de competição. Eu também uso software free mas pago software quando preciso como pago um computador quando preciso dele, ou um livro quando preciso dele e um disco quando preciso dele. Os Radiohead já se podem dar ao luxo de oferecer o disco, mas só porque são uma banda à escala planetária.
    O que aqui quero mostrar não tem nada de escandaloso, apenas mostro que o free e o grátis não é assim tão pacifico. De resto claro que sabe bem. também me sabia bem ir ali ao supermercado e retirar os produtos das prateleiras e não os pagar na caixa. Eu não quero combater nada, quer pretendeu combater alguma coisa foi a generalidade das pessoas que achava que se sacasse as coisas livremente na net arranjava o 31 às empresas e os lixavam. E isso não aconteceu, já que as grandes empresas, como a google, passou a oferecer os seus produtos. Sei que com os linuxes não é bem o que acontece, mas creio que a psicofoda é a mesma. Por detrás do Ubunto por exemplo (o linux que usei e mais li) existe toda uma filosofia friendly que eu acho ingénua de modo que não uso o linux por razões intuitivas (acho-o para nerds), mas também por razões ideológicas pois não me identifico com a comunidade linux. Há agum problema nisto?
    Aproveito para dizer ao Carlos que a resposta dele está muito correcta. E agradeço a ambos.

  15. João Matos | 05 Nov 2008 - 23:12 |

    não percebo o teu raciocínio..

    então és pelos pequenos criadores e contra os grandes, mas o ubuntu não… mas o ubuntu é um pequeno player que tenta lutar contra os grandes!

    ok não usas o ubuntu porque não achas intuitivo… porque não o tornas aquilo que tu consideras intuitivo?

    não há nenhum problema em não te identificares com a comunidade linux, mas pelo menos até agora ainda não tinhas explicado isso e misturavas livre com gratis…

    mas já agora gostava que explicasses como é que se consegue comprar software como se compra um pc se 1 programa pode custar mais do que 1 pc!

  16. Rolando Almeida | 05 Nov 2008 - 23:30 |

    João,
    Não sou pelos pequenos nem pelos grandes só por ser. Sou pelo comércio justo e parece-me que o comércio é justo onde houver oportunidades para todos, o que poderia ter acontecido na net, mas acabou por não acontecer graças às borlas e aos frees.
    Pois, tu e muita gente não concebe que se pague bens como software. Dou-te u exemplo de outra área: a maioria das pessoas em Portugal acha que a cultura deve ser grátis. Só se esquecem que os artistas não comem ar. Se fores a países mais sofisticados culturalmente, eles são mais sofisticados precisamente porque as pessoas pagam o valor do seu trabalho e eles podem dedicar todo o tempo à sua actividade. Em Portugal as pessoas não conseguem conceber que a cultura tenha de ser paga e acham que o Estado deve oferece-la, o que é uma estupidez. Essa mentalidade existe em relação ao software. Creio que não sou eu que tenho de explicar a razão pela qual se paga quase tanto pelo software como pelo computador. Tu é que tens de explicar a razão que te leva a pensar que o software deve ser mais barato que o pc??? Provavelmente não te importas de pagar por um telemóvel topo de gama, um pc topo de gama, uma playstation, um carro… mas por que é que já achas estranho se te pedirem dinheiro pelo software? qual a razão especial que nos leva a pensar que o software deve ser criado e distribuido gratis e os pcs não?
    Eu acho que são trabalhos que devem ser pagos, pelo menos enquanto o mundo for organizado com pagamentos de produtos. Também compras uma TV e tens de pagar os canais. Só não pagas os generalistas mas depois não consegues ver um filme nos generalistas porque tens de gramar intervalos de meia hora, pois para teres o canal sem pagar, a TV tem de vender publicidade. Carago, mas se eu tenho um TV toda porreirinha em casa, porque não me oferecem os canais via satélite??? Porque será João?
    abraço

  17. João Matos | 06 Nov 2008 - 9:48 |

    espera, quem te disse que eu não concebia que deva ou não pagar por software? só porque disse que os programas eram caros? enganas-te!

    sou a favor do software pago, alias ja escrevi nestes comentários que não existe software gratis e que todo o software tem um custo mesmo que não seja monetário!

    mas agora percebi és contra as borlas mas utiliza-las. és contra os grandes mas és contra as borlas. és contra as borlas e os grandes. és pelos pequenos criadores, mas que não podem tornar-se grandes nem oferecer borlas… wow acho que estamos com muitos problemas e poucas soluções!

    mais! não te identificas com a comunidade de software livre (aberto) quando seguindo a tua linha de pensamento essa até a forma mais justa em relação ao software porque sejam pequenos ou grandes criadores todos têm acesso ao mesmo código!

    agora e já que tu não achas que o software é suficientemente caro vamos fazer contas:

    SO: 500 office 500 photoshop 500 nero 100 segurança 90 audio 80 mais 100 para pequenos utilitarios

    são quase 2000 euros. um pc custa 500. se for bom pode custar 2000 o que da no total 4000!!!!

    mas espera. porque é que o software é demasiado caro? pelo custo de produção?
    a maior parte das empresas tem o software feito e lança apenas correcções e pequenas melhorias… o que estão a vender? 000 e 1111 ???

    como se pode admitir que isso custo mais do que 1 pc que também da trabalho como o software que tem custos fisicos de produção e no fim, fica mais barato!!!

    por isso é que as pessoas se viram para as borlas e piratarias!

    aconselho-te vivamente a tentares perceber melhor o conceito de software livre, porque é diferente de grátis. livre não é necessariamente grátis.

  18. Carlos Martins | 06 Nov 2008 - 9:59 |

    Acho que se está a perder o “foco” da questão - ou melhor dizendo: das questões.

    Como já disse, há dois pontos essenciais: o do software gratuito, e o do software “aberto/livre.”

    Quanto ao software gratuito, não há muito a dizer. Por muito que possa parecer anti-concorrencial, ninguém pode impedir de alguém oferecer os seus produtos gratuitamente: quer sejam hardware, software, ou serviços.
    Se o “produtor” não conseguir lucrar de alguma forma, dificilmente conseguirá manter essa situação, indo à falência e “auto-regulando” o mercado novamente.
    Claro que, se tiver receitas… então poderá ir mantendo os serviços/produtos e prosperando - *mesmo* dando os seus produtos gratuitamente.

    Mau era se vivessemos num mercado sem concorrencia e competicao que permitisse essas coisas.

    (Claro que não há coisas perfeitas - e há sempre quem abuse das suas posicoes, monopolios, carteis, fixação especulativa de preços, etc. - mas isso são outros assuntos.)

    No entanto, isto não invalida que haja software pago. Um jogo ou um programa, tal como um filme, uma música, ou outro bem - tem os seus custos. E aí há duas opções… ou se quer e se paga o seu preço, ou se procura uma alternativa gratuita.

    E aí - voltando a pegar no exemplo do office - posso pagar 100/200/300 Euros por um pacote de programas que me permitem escrever e fazer contas, etc. - ou posso optar por um pacote semelhante gratuito - tipo o Open Office.

    Penso que a lógica dirá que: não custando nada, a melhor opção é experimentar a opção gratuita - e se não estiver satisfeito, então comprar o produto pago.

    Poderá argumentar-se:
    “Mas então, se toda a gente fosse para o Open Office, ‘coitados’ de toda a gente que trabalha no Office da MS…”

    - mas eu vejo isso de outra forma:

    Se há um produto que me oferece X funcionalidades sem qualquer custo, para me convencerem a pagar por um produto, este terá que ser BASTANTE melhor, quer em performance, quer em ocupação de recursos, quer em funcionalidades e facilidade de utilização.

    Depois há a questão do software aberto (gratuito e/ou pago)… que traz a facilidade de manutenção a curto/médio/longo prazo - entre outras.

    E nem vou sequer falar na questão das diferenças de preço do software, filmes, etc.
    Tipo, a Warner vender os seus DVDs a 1 euro na China, enquanto aqui pagamos os preços que sabemos.
    Ou os jogos para a PS3 custarem por cá mais 10 ou 20 euros que noutros países da Europa… sem falar na diferença de ordenados… somos sempre uns “priveligiados.”

    O mundo não é o que era há 20 anos atrás… as formas de comercialização têm/devem mudar e acompanhar os tempos.

    Se actualmente temos grande grupos económicos que foram criados graças ao serviço de distribuição, percebo bem a sua relutância em verem agora as suas receitas a fugirem-lhes por entre os dedos… mas o que é certo é que esses modelos estão completamente obsoletos e vão acabar por ruir, mais cedo ou mais tarde.

    Porque, tal como disseste, se os artistas não vivem do ar, fará sentido eles receberem uns míseros cêntimos por cada dezena de euros que tu pagas?…

    Isto são questões que dão pano para mangas… :)

  19. Rolando Almeida | 06 Nov 2008 - 21:26 |

    João
    Bem, posso estar a ver mal as coisas mas realmente não entendo a distinção entre livre e grátis já que o livre o é por ser grátis e usa a designação livre também por ser grátis.
    Em relação ao assunto de usar software grátis apesar de não concordar com essa postura: isso acontece porque não tenho outra alternativa, mas daí não se segue que concorde ou que ache que é o melhor caminho a seguir. de resto eu sou muito provavelmente como tu: uso software que pago (como o que uso para fins profissionais que paguei do meu bolso, assim como processador de texto + dicionário) e uso outro grátis (como o Avira, que era pago e teve de passar a ser oferecido).
    Em relação ao preço do software: não sendo especialista da coisa, isto é como pagares ao arquitecto que projecta a casa e pagares ao méne que coloca tijolos. O primeiro é , em regra, pago a, vá lá, 100 vezes mais que o segundo. O primeiro tem melhores férias, melhor carro e melhor casa. Talvez ele devesse fazer o trabalho grátis, livre, não sei…. Ò João, o que acho é que estas questões não são pacíficas e até entendo o que me queres dizer. Acho que não fui hipócrita a admitir que também eu uso soft free e até tentei o Ubunto (toda a gente me diz bem e eu não achei nada por aí além). O que acho é que não tenho de ir na corrente só porque é corrente. Também gostei do Magalhães quando toda a gente anda irritada com o governo. Gosto do pc e da iniciativa governamental.

    Carlos,
    Ok, a tua posição é sensata. Conseguite mostrar uma posição equilibrada ao apresentares este argumento: tenho o grátis e quem quer vender tem de inovar. De acordo. Eu gosto mais do Microsoft office do que do open office precisamente porque o MSO me parece muito mais avançado e funcional, para além do factor compatibilidade. Mas há ainda aqui um ponto interessante para pensar (é como dizes, isto dá que conversar:) ) Se a google oferece os seus produtos, chega a mais gente e, por conseguinte, consegue os melhores patrocinios de pub. Daí a google possa pagar os melhores salários aos melhores criadores e inovará sempre mais que os outros. Posso estar errado e o João até pode ter toda a razão, pá mas acho que desse modo o mercado acaba por ser injusto já que só os grandes sobrevivem e os pequenos criadores praticamente estão no desemprego. Este é o perigro que se corre, quer se queira quer não. É por essa razão que na america, por exemplo, existem movimentos que defendem o comércio justo. O que eu acho é que a generalidade das pessoas não pensam que ao fazer uma compra estão também a tomar uma opção moral. Isso acontece com outros produtos e não só com os bens ligados à tecnologia. Pode sempre subsistir a acusação de que as pessoas se estão nas tintas para a moral, mas aí há que assumir os riscos porque se trata efectivamente de uma opção moral.
    A pergunta que fazes no final também é legítima. Tens razão: os artistas trabalham para as editoras e agentes editoriais. E é essa a razão que faz com que muitos artistas defendam o grátis e é verdade que temos alguns bons exemplos. Esse é um outro ponto da discussão, mas que afecta as nossas conclusões.
    bem, espero não estar a ser muito picuinhas.. mas valeu esta troca de argumentos.
    Abraços
    Rolando A

  20. Carlos | 06 Nov 2008 - 23:08 |

    Só para terminar, e para demonstrar que os mercados não são só para os grandes, não esquecer que a própria MS “nasceu” de 2 ou 3 pessoas, tal como a Apple.

    E que mesmo existindo os “gigantes” da Indústria, isso não impediu que dois “maçaricos” numa garagem tenham feito um motor de busca diferente… a que decidiram chamar Google… portanto, não estou a ver a injustiça de um modelo de mercado que se regula a si mesmo pela lei da oferta e da procura. :)

    (E muitos outros exemplos do género há… tipo o Twitter, Facebook, e outros projectos de “mega-sucesso”.)

    E por cada um destes, há dezenas ou centenas de outros com sucesso “mediano”… e claro, muitos milhares de outros que não têm pernas para andar…
    Mas isso já não é culpa do “sistema”, mas sim da falta de ideias ou falta de planeamento.

    De resto não é com o software livre que tens que te preocupar… tal como os produtos “chineses” de baixo custo, tens actualmente inúmeros programadores e empresas de países emergentes onde se tem apostado bastante na formação (por exemplo a Índia), e onde facilmente encontras mão de obra altamente qualificada por uma fracção do custo de um país dito “desenvolvido.”

    E não estou a imaginar ninguém disposto a pagar 10x o preço que poderia pagar pelo mesmo produto, só para ser “justo” e ajudar a pagar o BMW de um europeu ou um americano, quando se calhar ajuda mais um estudante indiano pagando “menos”, mas sendo um valor que o ajudará bastante mais…
    (isto generalizando muito por alto - que estas questões não são a “preto ou branco”. :)

  21. João Matos | 06 Nov 2008 - 23:28 |

    comércio justo… ok chega. isto podia durar… gostei bastante.

    so gostava de deixar claro.

    livre não é sinonimo de grátis. os passaros são livres, as cervejas são grátis.
    mas o software livre, pode ser grátis como o openoffice ou pago como o red hat, por exemplo.

    software livre é o software cujo código está disponivel e é possivel copia-lo, redistribui-lo alterar e redistribuir as alterações.

    isto é software livre, não existem restrições nem no acesso ao codigo, nem na sua modificação, nem na sua redistribuição.

    existe confiança no programador e no utilizador e entre ambos.

    ambos têm acesso ao código e estão na mesma posição perante o código.

    falava-mos à pouco de comércio justo, certo?… ;)

  22. Rolando Almeida | 07 Nov 2008 - 0:04 |

    Ok, tudo bem.
    Com efeito não deviam assumir premissas verdadeiras quando elas ainda são discutíveis. Aliás, ainda hoje é muito viva a discussão sobre a distribuição da riqueza cujos porta estandartes são John Rawls e Robert Nozick. É uma questão em aberto e ainda não é ainda pacífica.

  23. alan | 12 Feb 2009 - 22:44 |

    voceis sao tudo cabeça do meu pau

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