Se passaram recentemente por alguma loja da especialidade, provavelmente já pararam por alguns momentos em frente desta nova geração de mini-portáteis de baixo custo, conhecidos também como “netbooks.”
É difícil não ser atraído pelo seu tamanho reduzido e preço apelativo, ao mesmo tempo que prometem facilidade de utilização, autonomia e potência suficiente para satisfazer as actividades mais comuns.
Porque, realisticamente… a grande maioria dos utilizadores não necessita de um CPU tão potente como os que encontramos nos computadores topo-de-gama. Muito menos quando se associa um CPU razoável a um sistema operativo eficiente como as versões de Linux que muitos destes Netbooks trazem de origem.
Mas comecemos pelo início: tudo começou com o Eee PC da Asus.
Inicialmente anunciado como sendo um mini-portátil de baixo custo ($199), depressa foi inflacionado para os $299. Mas finalmente, depois de sucessivos atrasos, lá chegou ao mercado e… foi um enorme sucesso.
Foi a prova necessária de que muita gente não se importaria de ter um “netbook” como segundo ou terceiro computador. Pequeno o suficiente para andar na mochila ou saco sem pesar e mais que suficiente para escrever pequenos artigos, editar textos, verificar email, navegar pela internet, etc.
Como sempre, esse primeiro modelo do Eee PC - apesar de ter sido lançado com um sistema operativo fácil de utilizar (baseado em Linux, obviamente) - revelou também algumas limitações próprias de um produto que desbravava um novo território até aí inexplorado.
E embora a Asus depressa se tenha apercebido disso e iniciado a produção de novos modelos (algo que mais recentemente parece ter disparado e ficado fora de controlo: com a apresentação de mais de 20 modelos diferentes de Eee PCs!), era já tarde demais - todos os outros fabricantes avançavam a todo o vapor, oferecendo os seus próprios “Eee PCs”, muitos deles bem mais atractivos que os modelos da Asus, quer a nível de preços quer em características técnicas. E o resultado está à vista: escolher um netbook é agora uma autêntica dor-de-cabeça.
Temos os Eee PC da Asus, o Wind da MSI (que em Portugal se transformou em Tsunami Moover,) o Aspire One da Acer, e muitos outros de outras marcas - com novos modelos a surgirem quase diariamente.
No entanto, estes Netbooks podem muito bem ser apenas a “ponta do iceberg” num outro aspecto. Um dos efeitos secundários destes netbooks é mostrar às pessoas que podem navegar na internet e fazer grande parte dos trabalhos diários sem estarem dependentes de um sistema operativo pago a peso de ouro - já para não falar nos restantes programas que são considerados “indispensáveis” e que adicionam mais umas largas centenas de euros em cima do custo total do equipamento.
Já não é a primeira vez que colegas me perguntam: mas que sistema operativo é este que vem nestes mini-portáteis? E ao falar-lhes do Linux, me perguntam de seguida: e dá para pôr isto no meu PC principal?
É, na minha opinião, uma tendência saudável… e que faz abrir os olhos a pessoas para quem PC era sinónimo de “Windows.”
A VIA vai ainda mais longe com o seu conceito de Openbook, em que o próprio hardware e design é disponibilizando gratuitamente a quem quiser, para que facilmente possam implementar o seus modelos de netbooks, poupando o tempo e dinheiro normalmente gastos na sua concepção.
E para quem ainda duvidar que isto vai revolucionar a forma como lidamos com os computadores e a internet, vejam o recém anunciado “Magalhães”: o netbook português que irá possibilitar o acesso à internet a muitos milhares de crianças.
Independentemente de ter sido ou não a melhor escolha (isso é tópico para outras conversas) é mais um passo dado no sentido de permitir o acesso aos computadores desde cedo.
Não sei se já está definido qual o sistema operativo que irá ser disponibilizado nestes mini-portáteis, mas penso que será uma versão do Caixa Mágica - que me parece ser uma excelente opção para dinamizar ainda mais esta excelente versão de Linux nacional.
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