Oct 11 2008

Superstruct

Published by Marcos Marado under Direitos Digitais

Hoje falo no Programas Livres de algo muito diferente do habitual. Falo de um jogo, um jogo do futuro. É um jogo do futuro em muitos aspectos: não só é , decorrendo num plausível ano 2019 e centrando-se num cenário no ano 2050, como é um “jogo do futuro” porque apresenta uma nova abordagem naquilo a que estamos habituados nos jogos de computador.

Superstruct” é o nome do jogo. O modo de é extremamente simples, aberto (enquadrando-se no espírito do que se fala pelo PL) e comunitário: depois de se registarem através da Web, serão convidados a retratarem-se num plausível futuro. Quem são vocês no ano 2019? O que fazem? O que comem? Como vivem? Com quem vivem? O que vêm à vossa volta? Conta sobre a tua família, os teus amigos, aqueles que trabalham contigo, a tua escola, a tua cidade… em 2019. Tudo isto - o jogo - passa-se em blogs, wikis, redes sociais e, em última análise, onde quiserem, como quiserem. O jogo é vosso, mas o objectivo definido é comum: salvar o planeta Terra e a Humanidade, e, enquanto planeiam como, sobreviver.

O jogo, com a curta duração de seis semanas, começou no passado dia 9 de Outubro. A história, plausível, tem um objectivo: usar o jogo como um think tank, recorrer ao crowdsourcing para soluções para um futuro melhor.

Como que tirado de um livro de Ficção Científica: No ano de 2019 o “Global Extiction Awareness System”, um sistema online que recolhe e analiza Petabytes de informação, fez uma simulação global. Historicamente, aqueles que profetizaram o fim da civilização Humana estavam errados, uma e outra vez, graças às capacidades de adaptação e transformação do ser Humano. No entanto, e desta vez, o GEAS - o sistema que até 2019 nunca se enganou - prevê a da Humanidade no próximo quarto de século. A sua predição difere das típicas profecias em três pontos:

  • O GEAS não correlaciona a da Humanidade a um único factor, mas sim à combinação de diversos factores, a que chama “super ameaças”.
  • A previsão do GEAS baseia-se numa simulação no sistema WorldRun, uma melhoria do sistema que previu com sucesso a inesperada dos esquilos vermelhos em 2015. O ano estimado para a Humanidade foi 2042.
  • O GEAS não acredita nem defende que este futuro é inevitável. Se a Humanidade agir, rápida, inteligente e eficazmente, esta ameaça pode ser adiada e até mesmo evitada. Caso isso aconteça, acredita-se a possibilidade de obter como resultado uma Humanidade mais forte do que a que temos em 2019.

Um dia depois do lançamento do jogo, uma comunidade de mais de 1800 jogadores já tinha criado mais de 170 superestruturas (projectos com o objetivo de eliminar cada uma das super ameaças), e moldado as previsões de para o ano 2060. Não sei se isso significa que o jogo está a ser considerado um sucesso ou não, mas parece-me que, para mais de um milhar de pessoas, a ideia é interessante e cativante: trabalhar em comunidade, com o objectivo comum de melhorar a humanidade, e fazê-lo como passatempo, algo agradável, e não como um fardo. O jogo foi criado e é mantido pelo “The Institude for the Future”, uma fundação sem fins lucrativos, que concerteza usará os resultados deste jogo para e defender um mundo melhor.

O é um exemplo que deve ser analizado após o término desta experiência, mas não tenho dúvidas do seu sucesso. É bom ver que há cada vez mais pessoas a olhar para o modelo aberto de coordenação para tentar fazer o que seria impossível de outra forma. É o modelo que já vimos no software livre, aqui mais uma vez aplicado num contexto diferente. Porque faz sentido. Porque é óbvio que tinha de ser assim.

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