Nov 10 2008

A interoperabilidade, quando nasce, não é para todos

Published by Bruno Miguel under locais

Há vários anos que ouço as pessoas usarem a expressão «O sol, quando nasce, não é para todos» que, de alguma forma, se sentem injustiçadas e/ou discriminadas. Hoje, quando lia o último post do da Ângulo Sólido, constatei que ela se estende às tecnologias: «A interoperabilidade, quando nasce, não é para todos».

Por estranho que possa parecer, o site escolas.internet.gov.pt só pode ser acedido com o browser proprietário Explorer. Os outros browsers, , Icecat, Flock, Epiphany ou Konqueror, por exemplo, são presenteados com uma mensagem a dizer que o browser não é suportado. Nem num regime como o existente em Myanmar é compreensível e aceitável, quanto mais num Estado de direito com valores democráticos.
Será que esse site tem algo que só o browser da suporta? A julgar pelo screenshot que me foi possível obter com o browsershots.org, não. Então porque obrigam os utilizadores a usar uma aplicação proprietária para ver o site?

Isto é execrável. Parece que ainda estamos na Idade das Trevas.

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Nov 08 2008

O limite do Software Livre é a imaginação

Published by Bruno Miguel under opiniões

Quando estamos de mãos e pés atados, não vamos longe, por mais que nos esforcemos; quando estamos livres, vamos até ao infinito (e mais além). Com , temos e a é o limite. Ainda agora a Red Hat fez algo que a VMWare dizia ser impossível: desenvolveu uma forma de migrar máquinas virtuais de um computador para outro, sem desligar ou parar nada. Outro exemplo são as distribuições modernas do GNU/ que podem ser iniciadas a partir do CD, algo que a maioria dos sistemas operativos proprietários ainda não implementou.

O é como uma floresta a fervilhar de vida; uma fonte inesgotável de ideias; uma forma de tentar alcançar o impossível e chegar mais longe. Citando Albert Einstein: «A é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A envolve o mundo».

As possibilidades do não acabam num sistema que permite a migração “live” de máquinas virtuais. Em nossas casas podemos implementar ideias usando . A empresa japonesa Plat’Home sabe disso, por isso lançou um concurso chamado «Will Linux Work?», para premiar as melhores ideias para a implementação de soluções com recurso ao . Um dos requisitos obrigatórios era a utilização do sistema GNU/.
Esta empresa recebeu várias propostas. Uma das propostas é a criação de um sistema para fechar automaticamente a porta de um galinheiro. Este sistema faria uso de uma webcam para permitir ao utilizador ver se estava tudo bem, usaria o SNTP para sincronizar a hora e saber quando é que devia abrir e fechar a porta, e outras aplicações. Outra ideia é um sistema que permite ver as estatísticas dos gastos de electricidade em casa. Se isto já era algo útil e necessário, nos tempos que correm torna-se ainda mais imprescindível.
Estes são só dois exemplos do que é possível alcançar quando não se têm amarras a dificultar ou impedir o movimento. Quando usamos , estamos apenas limitados pela nossa ; se usamos proprietário, as limitações estendem-se para além da .

Se ainda estão presos, libertem-se!

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Nov 08 2008

Freeware não é Software Livre

Published by Bruno Miguel under opiniões

Não é por vontade própria, mas costumo dar uma de no kerodicas.com. Não que tenha algo contra; o kerodicas tem todo o mérito, dentro e fora do seu nicho, apenas não me desperta particular interesse. As minhas preferências de leitura andam, não necessariamente nesta ordem, pela política, desporto, informação, curiosidades, , webdesign, design gráfico, música, etc.

Ontem, enquanto dava uma de pelo site, reparei que mencionavam o lançamento da segunda do 3.1. O texto faz apenas um resumo do que é o , e em rodapé aparece alguma informação sobre o browser: sistemas suportados, licença, página oficial e links para . Foi nesta informação que voltei a encontrar um erro que o(s) autor(es) do Kerodicas continuam a cometer, apesar de já lhes ter chamado a atenção para isso. Em vez de mencionarem as três licenças que regem o - MPL, e LGPL - classificam-no como (no momento antes da publicação deste post, o erro ainda não tinha sido corrigido). Esta informação é, como é óbvio, errada, porque o é e não ou uma aplicação ditatorial/proprietária que se pode utilizar, dentro dos termos definidos pelo seu autor (termos esses que têm o hábito de ser castradores dos direitos dos utilizadores), sem pagar uma licença, vulgo .

Este erro não é exclusivo do kerodicas. Com muita pena minha, este é um erro bastante frequente e pode ver-se em diversos sites nacionais e internacionais. A coisa chega ao ponto de se venderem licenças de utilização para aplicações livres. Não que o tenha que ser obrigatoriamente gratuito, mas pressupõe que o utilizador pode aceder livremente ao , alterá-lo e distribuí-lo a seu belo prazer, e usar a aplicação da forma que bem entender. Com o , não pode fazer isso; o só difere do proprietário pago por não ser pago; de resto, é a mesma coisa: não é seguro porque não podemos ver o que o faz, e o programador mostra desconfiança e desrespeito pelo utilizador porque esconde o .

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Oct 31 2008

Os governos sul americanos e o software livre

Published by Bruno Miguel under opiniões

Via NorthxSouth, fui remetido para um interessante artigo do jornal espanhol Público sobre o uso de na . Neste podemos ler o seguinte sub-título: «Los Gobiernos suramericanos impulsan el uso de libre frente al propietario buscando independencia tecnológica, seguridad y desarrollo local» (em , é algo como «Governos Sul Americanos preferem o ao proprietário para conseguirem independência tecnológica, segurança e impulsionarem o desenvolvimento local»). O importante a reter é as razões para a escolha do : segurança, independência e impulso do desenvolvimento nacional, isto é, tudo aquilo que em não se faz. Interessante, não é? Não, é apenas triste, porque cá não temos ninguém com a visão necessária para perceber isto e começar a apostar apenas em . Estamos tecnologicamente dependentes, não estamos seguros porque a natureza do proprietário é o oposto da segurança (não há segurança quando não podemos ver o que determinada aplicação realmente faz; confiança cega não é segurança, é apenas estupidez) e, com estes acordos, estamos longe de ajudar a economia a crescer sozinha - uma economia que cresce apoiada numa bengala cai assim que a bengala é tirada.

Vejam o , por exemplo. Nos últimos anos, este país tem crescido a vistos. Tecnologicamente, é bastante avançado. E sabem em que é que apostam maioritariamente? Em . Coincidência? Não! Eles sabem o que estão a usar e estão a adaptar e desenvolver soluções à medida das necessidades dos cidadão; ainda agora usaram nas máquinas de votos e todos os partidos puderam analisar o do . Para além disso, existe justiça tecnológica porque qualquer pessoa pode adaptar uma aplicação, pode fazer um fork, pode estudá-la e pode distribuí-la. Não é só dar jeito ter o à , é ser justo e respeitar todos - programadores e utilizadores. Ninguém está dependente de ninguém e existe transparência. Podem chamar-lhe democracia tecnológica, se preferirem. O oposto, ou seja, o uso de proprietário, é uma ditadura tecnológica, algo a que me parece que vocês não se querem submeter - conscientemente, pelo menos.

Quando veremos como um exemplo na implementação e uso de ? Acho que mais depressa vejo o Cascos de Rolha de Cima [1] ganhar o campeonato de futebol que vejo servir de exemplo neste campo. Desculpem, mas é o que penso. Inverter esta dependência tecnológica, que eu comparo à dependência das drogas pesadas, e esta falta de visão, não é fácil, menos quando concursos públicos que parecem favorecer empresas de proprietário. Se não acreditam, vão até ao Software Livre no Sapo; lá, estão alguns destes casos expostos. Gosto tanto deste país como qualquer um de vocês, mas neste ponto não tenho problema nenhum em dizer que tenho vergonha de . Enquanto uns começaram a acordar para a vida, nós estamos a dormir que nem uma pedra.

Dou-vos mais um exemplo de um país que não está a dormir: a Alemanha. O Ministério dos Negócios Estrangeiros do alemão decidiu migrar 11000 desktops para o GNU/. Por enquanto, apenas 4000 usam este sistema operativo e o ministério já apresenta uma poupança de 66%. De acordo com o antigo responsável das TI deste Ministério e actualmente um dos diplomatas na embaixada alemã em Espanha, Rolf Schuster, cada desktop dos Ministérios que não usam tem um custo anual que ronda os 3 mil euros, ao passo que os desktops do Ministério dos Negócios Estrangeiros que usam custam, cada um, perto de mil euros (por ). É uma poupança bastante grande, mas isso não é o mais importante. A independência tecnológica conseguida, a segurança obtida por saberem exactamente o que o está a fazer - é livre, é impossível não saber o que ele faz - e a possibilidade de adaptar o às necessidades específicas de cada Ministério são a grande vantagem de usar .

Algum de vocês compraria um livro que viesse selado com um cadeado e que não pudessem legalmente abrir? Confiar-me-iam os da vossa conta bancária, a vossa casa ou o vosso carro? Então porque fazem isso com o que usam no vosso computador? Não se esqueçam que o computador é vosso e só vocês é que mandam nele. Ao usar proprietário perdem esse controlo; deixam de mandar no computador e passam a sujeitar-se à vontade de terceiros; estão a subjugar-se; ficam com algo que pagaram e não é vosso. Para mim, isso é mau negócio. Está na altura de dizerem «Aqui mando eu, carago!», e para isso só têm que usar . O mudou; a Alemanha está a mudar; a Espanha também; a Venezuela, idem aspas. De que é que estão à espera?

Depois de escrever o primeiro rascunho deste texto enviei-o ao João Matos para que ele lhe desse uma leitura. Ele sugeriu-me que apresentasse algumas soluções neste texto, porque dizer mal todos dizem. Ora, dizer mal é uma das minhas grandes qualidades; já o mesmo não posso dizer da apresentação de soluções. Apesar disso, fiz um esforço e criei uma pequena lista de soluções, e desafio-vos a ajudar-me a aumentá-la.

A minha pequena lista de soluções para o problema do proprietário em é:

  • procurar junto das universidades parceiros para o desenvolvimento de aplicações livres para as instituições públicas;
  • procurar junto das empresas nacionais parceiros para o desenvolvimento de aplicações livres para as instituições públicas;
  • utilizar apenas nas instituições públicas (repartições de finanças, Assembleia da República, escolas e hospitais públicos, etc).
  • usar apenas formatos abertos para os documentos e comunicações;
  • parar, de vez, de fazer parcerias com empresas que desenvolvem proprietário;
  • não permitir a entrada de proprietário em concursos públicos;
  • dar preferência de sistemas livres nos computadores que são comercializados (pelo menos até o proprietário ser erradicado do país);
  • incentivar as empresas a desenvolver ;

[1] eu não faço ideia se esta localidade existe ou não. se existe, os seus habitantes que me desculpem o uso da sua localidade para fazer uma ilustração algo exagerada - contúdo, correcta - de um ponto de

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Oct 02 2008

Perigos do software proprietário

Published by Bruno Miguel under opiniões

vigilância

O proprietário não é só um perigo para a e um atentado à ética social. Também é um grande perigo para a segurança, como Nart Villeneuve descobriu quando reparou que o continha uma “funcionalidade” que permitia ao regime chinês guardar mensagens de texto transmitidas neste cliente de VoIP. E o pior (sim, ainda fica pior) é que as mensagens eram guardadas num servidor público a que qualquer pessoa podia aceder.

Estes registos continham, para além das conversas escritos, os nicks, os IPs, os números de e outros pessoais. E não eram apenas relativos a utilizadores chineses, mas também de quem tinha comunicado, através do , com utilizadores chineses.

Da próxima vez que quiserem usar uma aplicação proprietária só porque ela é engraçada, lembrem-se deste episódio e depois voltem a ponderar a utilização dessa aplicação. A escolha final é vossa, mas convém que essa escolha seja feita com todos os prós e contras bem pesados.

{via Arstechnica}

nota: a deste post chama-se Photoblogger e é da autoria de Thomas Hawk, que a disponibilizou sob uma licença Creative Commons 2.0 by-nc.

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Jul 29 2008

Microsoft tornou-se membro da Apache Software Foundation

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Como já é do conhecimento geral de quem segue com um mínimo de atenção as notícias de tecnologia (basta seguirem os pasquins publicitários que se dizem de tecnologia), a tornou-se um platinum partner da Apache Foundation e vai trabalhar com esta fundação em vários .

Para conseguir este estatuto, a teve que desembolsar nada mais que 100 mil dólares, quantia que terá que pagar anualmente por forma a manter este estatuto.

Como meio mundo já desenvolveu e/ou fez uma análise a esta notícia e a outra metade já as leu, não há necessidade de eu o fazer. Prefiro antes as vossas opiniões acerca desta iniciativa tomada pela .

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Jun 24 2008

OpenSuse 11

É o que está a dar.

Para quem nunca experimentou, acho que não deve perder a oportunidade de dar uma de a esta . Esta 11 está algo de espectacular, tanto no ambiente , como no .

Estou, neste momento, a experimentar com e posso afirmar que estou completamente rendido à beleza desta distro. Porém, ninguém pense que se trata apenas de uma “cara laroca”. Longe disso. Podem ter a certeza de que estive e estou na presença de uma das melhores distribuições que vi até agora.
Pronto, lá estou eu outra vez a adorar o camaleão!

Esta afastou de vez os problemas que afectaram a 10.3 e agora descobre todo o ao “primeiro toque”, além de correr os de áudio e vídeo mais comuns. Aqui, um dos problemas que até agora - e que se prende com do Real - foi quando o se ofereceu para ir buscar o respectivo ; mas algo não correu lá bem e o maldito fica completamente “sentado”.
mp3 também já não apresentam grandes complicações e está lá o Banshee 1.0 para tratar deles.

Outro dos problemas com que me deparei foi com a do , que de origem vem com a 2.4.0.14 e dá um erro aquando da para a 2.4.0.16. Ainda não consegui perceber o que se passa, mas também não fiz qualquer esforço nesse sentido. Por agora, é , ver como está, dar umas voltinhas e reiniciar o ciclo, mantendo tudo conforme vem de “fábrica” e respectivas .

Na dos , que por sinal é mais rápida do que nas versões anteriores, mora um dos problemas que mais me chateou. Estou-me a referir ao modo como a acaba imediatamente após a detecção de qualquer erro. Não percebo porque não fazem como as restantes distros e deixam seguir em frente que encontram um erro, para no fim transmitir o que não ficou . Raios, isto chateia!

Apesar destas questões, esta 11 é altamente recomendada. Não diria para alguém que se está a iniciar, mas sim para aqueles que já lidaram com alguma das versões anteriores ou para os que já tenham um pouco de . Refiro-me essencialmente à dos menus, quer em , quer no , a qual pode não ser a mais intuitiva para quem se está a iniciar - embora seja, na minha , um das melhores que conheço.
Testei as versões 32 e 64 bit, Live e - 2.22, 3 e 4.04(*), na máquina que no passado dava problemas a quase todos os SO (quase todos, mesmo os proprietários). E se, na anterior, 10.3, não tinha detectado a placa de e rede, desta vez não teve qualquer contemplação em detectá-los à primeira. Valente!

O browser que acompanha esta é o 3, ainda uma beta5, mas após a passa logo para a 3 final.

Pela 1ª vez, diverti-me um pouco com os efeitos especiais. Em quase todos os que faço não ligo a este ponto, mas cada vez existem mais e melhores efeitos…

Pode apenas ser minha, mas parece-me que “come” menos e está mais rápido; mas tal também se pode ficar a dever ao apuramento dos restantes , como por exemplo o .

Lamento imenso não me explanar mais, mas ainda me na fase de “reconhecimento”. Se tudo correr bem, terei pronta uma análise mais daqui a duas semanas - caso consiga compreender até onde vai o corte do “open” na actual .

Para obter pode dirigir-se até “darkstar“.

(*) - Não até agora qualquer problema mas, perante as notícias que por aí “rolam”, sou da que se deve esperar pela 4.1, já que está para breve.


jocaferro OpenSuse 11 José Rocha escreve no PL todas as terças um sobre Sistemas Operativos Abertos.
Podem encontrar mais artigos como este no seu blog pessoal.

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Aug 02 2007

DBDesigner 4

Published by Aquilino Ribeiro under análises

O DBDesigner é um para criar bases de , que integra o , , criação e manutenção num único .

dbdesignerpw7-small DBDesigner 4

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Jul 31 2007

NumericalChameleon

Published by Luís Bastos under análises

Eu sei que dizer isso pode parecer sacrilégio mas eu não gosto de feitos em , ou pelo menos da maioria. São pesados, por vezes complexos de , e visualmente devo dizer que nem me agradam. Eu sei, eu sei, é uma linguagem que corre facilmente em qualquer sistema operativo. Quanto à isso não há dúvidas. Vamos ver se com este que vou agora apresentar começo a mudar de

Existem algumas pérolas feitas nesta linguagem e uma delas é certamente o . Eu sou da área de e é frequente trabalhar com cálculos e com várias unidades por isso um para jeito. Mas como veremos mais à frente esta aplicação é bem mais de que isso e não se destina apenas a técnicos e estudante…

numericalchameleon-2-small NumericalChameleon

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Jul 30 2007

Juice

Published by João Matos under análises

é um de .

Antes de começar o melhor será explicar o que é um . Um é um ou um conjunto de digitais (mp3, , etc) distribuidos sob a forma de sindicação de .
Um pode ser uma espécie de em áudio com e/ou artigos de ou mesmo de .

juice-2-small Juice

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